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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FLAVIA FERRARI

( São Paulo – Brasil )

 

 

 

Flavia Ferrari, de Santana de Parnaíba/SP, é poeta e professora. Escreve contos infantis desde 2014. Começou a publicar seus poemas em 2020, no início da pandemia, mas a escrita poética esteve presente em sua vida desde a adolescência. Teve poemas publicados pelo Toma Aí Um Poema, Escrita Cafeína, Editora Trevo, Projeto Enluaradas e Revista Literária Pixé. É autora do livro Meio-Fio: Poemas de Passagem (Editora Toma Aí um Poema/2021).

 

[ Página publicada por iniciativa de SALOMÃO SOUSA ]

 

 

5 poemas do livro

 

MEIO-FIO:

POEMAS DE PASSAGEM

 
(Editora Toma Aí Um Poema, 2021)

 

 

Séculos

 

Querer não basta

É preciso rastejar pelo território sem trincheiras

Sob as balas que cruzam e tiram a pele

 

Sonhar de nada vale

É preciso subir ao palco e assassinar o rei

Desligar o som e encerrar o show

 

Viver não é suficiente

É preciso morrer cem vezes

E outras tantas

Para que o tempo seja generoso

 

E restaure o humano revolucionário

Que possa enfim descansar

Sem sentinelas

 

Sobre a terra que lhe foi devolvida

 

 

Lugar nenhum

 

Um barco à deriva

Por mais que esteja perdido

Tem como endereço

Um oceano

Um rio

Um nome

Um porto

 

Uma mente à deriva

Por mais que esteja lúcida

Perde-se em lugares sem endereço

Sem nome

Sem gente

Sem margem

Em silêncio

 

Nada

 

Nunca viajei a lugar nenhum

Nunca deixei esta casa

E vejo pela janela esta rua de asfalto

Que a cada década

Recebe um novo pavimento

Anseio pela máquina

Cheiro de química asfáltica

Que cobre a antiga rua

Gasta pela chuva pelo atrito

Pelo vento que movimenta os elementos

Pelos passos dos que saem

Pelos carros pelos ônibus pelas rodas

Pelo bicho por tudo o que aqui encontra rota

Menos por meus passos

Estanques

Que não pisam na rua em frente à casa

(talvez em sonho)

Sei que qualquer passo

Haverá de passar um dia pelo asfalto

Serei quando?

 

 

O amor

 

Retornou de mãos vazias

Castigado, perdeu todo o tempo que tinha

Buscando a palavra certa

Quando somente a presença bastaria

Amor ausente

 

Perdido entre o sentir e o sentido

Transformou-se em amargura

Quando ao que se lançou no início

Durou somente algumas horas

Amor efêmero

 

Tirou o chão

E flutuando sem gravidade

Enfraqueceu-se

Não pode agarrar-se a nada

Amor estratosférico

 

Já está morto

Dele surgiram outros significados

E novos desinteresses

Que de nada valem

Amor descrente

 

Está sendo celebrado

Aliança e bodas

De vidro e folha

Estilhaça e rasga

Amor burocrático

 

Lança-se à busca infrutífera

Procura um rosto

Materializa-se

Aparentemente se encaixa

Amor objeto

 

Persistente e resiliente

Acaba, só que lentamente

Alimentado pelas memórias

Não acha graça na realidade

Amor nostálgico

 

Enquanto vive

A ele são endereçadas belas palavras

Depois do fim

Duvida-se que tenha havido

O amor existe?

 

De tanto insistir

Descobriu-se pleno

Sem pudores, liberou-se

Revela-se reflexo

Amor próprio

 

 

Propósito

 

Para quem não tem asas

Voar é muito difícil

É preciso um destino e confiar que haja ar ao redor

 

Para quem não se sente livre

Sonhar é um desafio

Não avançamos para além dos primeiros momentos

 

Para quem sente muito medo

Imaginar pode ser muito assustador

Tememos que a imaginação atravanque nosso caminho

Que precisará ser desviado

 

Para os que se denominam corajosos

É preciso ter história pra contar

Um certo desconhecimento de si

E uma audiência crédula

 

Para os revolucionários

Uma faísca basta

O futuro que vislumbram

Poderá curar quase toda dor

 

 

 

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html

 

Página publicada em fevereiro de 2022


 

 

 
 
 
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